segunda-feira, 4 de junho de 2012

Sucateamento da PCMG: IML de Belo Horizonte retém corpos por falta de equipamento

Vinte e sete corpos de pessoas que morreram em acidentes ou foram assassinadas estão sem identificação há mais de 20 dias no Instituto Médico Legal (IML), em Belo Horizonte. Além da dor da perda, os familiares reclamam que não têm como fazer o enterro de seus parentes. O motivo é que a única máquina que faz o exame de DNA, do Instituto de Criminalística de Minas Gerais, está quebrada há um mês.

As quatro pessoas que morreram em 19 de maio deste ano, em um acidente na MG-060, em Maravilhas, na região Central, ainda não puderam ser enterradas por causa do defeito do aparelho. Como os corpos foram carbonizados, a identificação precisa ser feita pelo DNA, com amostras de sangue dos parentes de primeiro grau.

“Já fui várias vezes ao IML em busca de informações. Chegamos até a oferecer ajuda financeira para consertar a máquina, mas a direção do Instituto de Criminalística informou que é preciso fazer uma licitação para que o conserto seja feito”, alega Marial Helena Amaral, mãe de Giovani Amaral Gonçalves, 43 anos, uma das vítimas do acidente.

A vereadora Elaine Matozinhos (PTB), que já foi delegada da Polícia Civil, informou que já foi procurada pelos familiares do acidente de Maravilhas reclamando da demora. “Estive no Instituto de Criminalística e fui informada que o dinheiro para o conserto já foi liberado”, conta a parlamentar.

A assessoria de imprensa da Polícia Civil confirmou que a máquina está estragada há 30 dias. A demora se deve ao fato da empresa responsável pelo reparo ser de São Paulo. A firma seria a única que presta esse tipo de serviço e, por isso, não poderia atender de imediato. Não há previsão de quando o equipamento voltará a funcionar.

Segundo a Polícia Civil, outros exames, feitos com a arcada dentária e raio x, também podem ajudar na identificação de corpos encontrados carbonizados ou em estado de decomposição.

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